Suave, gentilmente
Tocas por quem passas
Mas a tua marca é quente
Indelevel, perene
Forte, doce e viciante
A quem ouve abres a alma
Alargas o coração
Fazes viajar no sentimento
Deixas para trás o tempo
Da tristeza, e do tormento
Tens balsamo que salva.
Da beleza fazes canção
Do amor dás a lição.
Ves nas pequenas coisas
O sorriso de criança
Um pássaro ao sol é hino
Um papel ao vento é dança
E nas ondas de uma trança
Ves o mar em desatino
Desde a praia em que enfim poisas
É por isso que estou a tentar
Um poema para ti escrever
Mas tanto fica por dizer
Tanto fica por explicar
Tinha tanto para contar
E há ainda tanto para viver
Que acho que, quando morrer
Deixarei o livro de teu nome por acabar,
Sónia.
Braga, 12 de Fevereiro de 2004, 5:40