Do outro lado
Os faróis me assombram.
Etéreos, iluminando,
Tocando o amâgo de mim.
E o som, que mal ouvi,
Ecoa nas paredes
Das memórias minhas,
Ribombando qual trovão.
E o sol fugaz
Ofusca a luz do salão,
Tudo despertando em mim,
Doendo sem brilhar.
Ainda vejo e sinto
Os teus olhos, a tua voz, a tua face.
E de novo nos vejo,
Eu e tu, sózinhos
No meio de tantos outros.
Mas tu sempre ficaste
Do outro lado.
Braga, 16 de Janeiro de 2004, 5:20