17 janeiro 2004

Vidas

No mar, eis os veleiros
De rotas distintas.
As vezes juntos,
Qual cardume,
Outras afastados
Como lobos na noite.

De destino certo, vogam
Ao sabor de ventos,
Tempestades ou calmia.
De pouco vale leme,
Pois o mar manda
Onde a seguir vão.

Alguns encalham.
Outros, rasgam-se as velas.
Outros há que vão
Na direcção errada.
Outros ainda
Parados no mar alto.

Eu parei.
Fiquei aqui,
A ver-te.

E tu,
Que vogavas
À deriva

Partiste
De velas ao vento
Na rota certa

E eu
Vi-te partir
E sorri.

Braga, 15 de Janeiro de 2004, 6:40