26 outubro 2003

Conhecer-te

Conhecer-te
Quanto eu queria!
Não sei ainda bem porquê,
Mas sinto que a tua vida
Vale a pena conhecer.
Não conhecer o corpo
Mas a mente, só a alma.
Será que, sendo cego, conseguia
Que tu me deixasses conhecer-te?
Ou será que te faria medo
Que uma pessoa não te visse
E mais de ti soubesse que ninguem?
Ainda assim, penso que poderias
Deixar que te conhecesse.
Primeiro pouco, depois bem.
Garanto-te que não te arrependerias
Pois sei que ao conhecer-te,
E tu própria,
Ao deixares-te conhecer,
Aliviaria o teu espírito, ferido
Por causa das pessoas
Que recusaram conhecer-te.
Anda, deixa-me conhecer-te.
E, ainda que numa fração
Do efémero tempo,
Poderei dizer que conheci
A minha felicidade.